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LEANDRO MATOS: COM TUDO EM CIMA.

 

O Samba é tudo aquilo que ele quiser; e o que a gente quer que ele seja.

 

Peço licença pra carimbar aqui esta frase. Porque isso é, de fato, o que mais impressiona nesta forma única de manifestação musical. Única porque, como nenhuma outra, conseguiu atravessar todo um século em constante mutação, gerando subgêneros, estilos, infinitas possibilidades. E isto apenas do ponto de vista musical. Porque tem muito mais na base, nos alicerces, na argamassa deste edifício indestrutível.

 

Independente de qualquer outro aspecto, este CD me pegou pelo refinamento musical. Que vem da surpreendente formação artística e profissional do Leandro Matos, discípulo do genial Zé Menezes (1921-2014), um dos maio­res exe­cu­tan­tes de ins­tru­men­tos de cor­das de­di­lha­das neste ­País; pre­cur­so­r da bos­sa no­va; criador de me­lo­dias e har­mo­ni­za­ções ino­va­do­ras. Tê-lo como mestre não é pra qualquer um! Então, o Leandro, discípulo aplicado, não é um qualquer.

A partir das lições do grande mestre, o rapaz buscou aprimoramento, estudando música clássica e violão popular. Cercou-se de ótimas companhias, como, por exemplo, a rapaziada do Quinteto em Branco e Preto, uma das maiores usinas de boa música a funcionar no Brasil contemporâneo. E somou a isso o convívio com muitos referenciais, nos palcos e nos estúdios, como um timaço de músicos que vai (a ordem é puramente alfabética) de Beto Cazes a Yamandu Costa, passando por Hamilton de Holanda etc.

O resultado está aqui: um magnífico disco de samba que passa pelo ijexá "de caboclo", pelo hip-hop, com direito a um pulinho na África do Sul, ao ritmo "jongo-jazz", evocando Mandela e Hugo Mazekela (cujo trompete duela com a voz do Madiba, em riffs poderosos, com gosto de "amandlah").

 

Trata-se, pois, de um disco de arranjos irrepreensíveis, cruzando o repique dos tantãs com as cordas e metais...

 

E sempre com leveza. Leveza sincopada em "Com seus Balangandãs"; e mesmo na denúncia corajosa de "Arautos da Tirania"; sem jamais deixar de ser samba. Porque Leandro Matos é sambista. Do "Berço do Samba" de São Mateus. De escola, de partitura, refinamento e comunicação. E sabe que o Samba é tudo aquilo que ele quiser. E que a gente quer que seja.

 

Nei Lopes - Rio, dez. 2018.

 

 

Sargento (Robson Batuta / Leandro Matos)

Com seus Balangandãs (Marcelo Leandro / Leandro Matos / Lula Matos / Pablo Amaral)

Arautos da Tirania (Inácio Rios / Leandro Matos / Rappin Hood) Part. Rappin Hood e Inácio Rios

Entrelinhas (Marcelo Leandro / Leandro Matos)

Meu Violão (Chiquinho dos Santos / Leandro Matos) Part. Quarteto Pizindim

O Coração do Brasil (Gerson da Banda / Leandro Matos / Robson Batuta)

Outdoor (Vítor Pessoa / Leandro Matos)

Sensual Sabor (Leandro Matos / Vitor Pessoa)

Pout-Pourri - Tabela Perfeita (Cleverson Luiz / Eder Miguel / Leandro Matos) Part. Cleverson Luiz e Eder Miguel

Se ela chegar (Lula Matos / Leandro Matos / Gerson da Banda) Part. Renato da Rocinha e Lula Matos

Ilê de vovó (Leandro Matos / Chiquinho dos Santos) Part. Chiquinho dos Santos

Madiba (Leandro Matos / Jonatas Petróleo) Part. Sidmar Vieira

Chamada Geral (Leandro Matos / Eduardo Salmaso ) Instrumental

 

Produção musical, Arranjos e orquestração: Leandro Matos

 

Ficha Técnica

 

Cavaco: Emerson Bernardes

Banjo: Sandoval e Didi Pinheiro

Violão 6: Waldir Jr e Weverton Martins

Violão 7: Rodrigo Carneiro e Gabriel Borges

Pandeiro, Ganzá, Tamborim: Anderson Rato

Repique, Congas, Tamborim: Bruno Silva

Tanta, Reco, Tamborim, Surdo: Fernando Jarrão

Surdo, Agogô, Tamborim: Diego Gimenez

Piano: Fernando César

Baixo: Danilo Vianna

Bateria: Eduardo Salmaso

Trombone: Ed Trombone

Sax, Flauta e Cavaco solo: Eber Cardoso

Cavaco Bandolim: Marcelo Martins (Faixa 12)

Percussão: Betinho Ripa (Faixa 12)

Saxofone, Trompete, Trombone: Wilbone (Faixa 12)

Guitarra: Waldir Jr. (Faixa 12)

Quarteto Pizindim: Rafael Esteves (Bandolim), Emerson Bernardes (Cavaquinho), Rodrigo Carneiro (Violão 7), Koka Pereira (Cajón e Pandeiro) Arranjo (Faixa 5)

Trompete e Flughel Horn: Sidmar Vieira

Coral: Grazzi Brasil, Fefa, Fábiana, Tekinha, Flávia, Jorginho, Karen Ébony, Robson Batuta, Robson Capela, Delei Martins, Tami Uchoa, Helen Cristina, Carol Oliver, Jônatas Petróleo, Eleandro Pinheiro, Graça Braga, Dri Lima, Dani Olinka

 

Gravado no Estúdio SP Music por Sandro Chiaranda exceto "CHAMADA GERAL" gravada no MS Studio por Fabio Benes e mixado no Atelier Vitché por Eduardo Aguiar Alemão

Direção artística: Sandro Chiaranda

Assistente de produção: Fabiane Oliveira

Produção: Marcelo Leandro Xeque Mate Produções

Produção artística: Silvana e Viviane Empório Negro Produções

Foto: Hugo Oliver

Arte Capa: Yago Costa AWO Produções

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